Quatro colunas


por Aura, Midríase, Sentinela e Sola

Tudo

Faz um tempo que não uso você daquela forma normal: descuidada, meramente banal e potencialmente inofensiva. Chegará a hora da repetição.

Da última vez, te considerei um almoço de domingo. Sua resposta, digna de filmes melodramáticos, foi um choro à luz ardente do sol. Minha pele ficou oleosa a dois passos da piscina cheia de coisas familiares. Chegará a hora da repetição.

O desenrolar da minha relação com você é enigmática. Talvez seja por isso que volto à você, procurando um sentido colorido para meus textos digitados. Me pergunto o que esconde de mim, o que você possui e eu, com tanto custo gozado, quero saber. Chegará a hora da repetição.

Beijinho de gosto amargo, te mastigo com o cravo e tudo. Revira o estômago de tão bom; sudorese fria enquanto aguardo por suas surpresas reais. Real. Chegará a hora da repetição.

Ah, a música que faz você brilhar ainda mais. Tudo está brilhando ainda mais. Curvas e mais curvas de felicidades momentâneas. Uma vez até vesti uma roupa especial para essa especialidade que é te devorar. Gula. Chegará a hora da repetição.

Às vezes, desejo a morte. Chegará a hora da repetição.